Anarquismo

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Comunidade sobre Anarquismo.

Sem governante, soberania ou reino.
Só o Povo Salva o Povo!

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Bakunin: todas as religiões com seus deuses, semideuses, profetas, messias e santos são o produto do capricho e da credulidade do homem que não alcançou o desenvolvimento total e a personalidade completa de seus poderes intelectuais.

Mikhail Aleksandrovitch Bakunin, o velho revolucionário russo, enfim morreu, para a tranquilidade dos reis, presidentes, burgueses e marxistas. Morreu e, com seu extenso curriculum debaixo do braço, foi direto para o Inferno. Lá chegando, foi recebido na portaria pelo próprio Belzebu que, passando os olhos no espesso calhamaço, disse entusiasmado:

– Belo curriculum hein, Sr. Bakunin! Décadas de luta contra a Igreja, participação em inúmeras insurreições, expulso de vários países, prisões, porres homéricos…Com tudo isso, vou lhe enviar para o Setor 1 aqui do Inferno, que é mais tranquilo, as penas são moleza, uma cortesia para uma celebridade como o senhor.

Dito e feito, lá se foi Bakunin para o Setor 1.

Três dias depois, estava lá Belzebu distraidamente mexendo seu caldeirão cheio de almas, quando é repentinamente interrompido por um esbaforido diabo-auxiliar, que dá seu relatório urgente:

– Mestre, está uma zona lá no Setor 1! O Bakunin organizou as almas em um sindicato e foi decretada uma paralisação geral pela diminuição da jornada de penitências, temperatura mais amena e um monte de outras coisas. Belzebu ficou puto e decretou:

– Porra, esse cara é um mal agradecido! Se ele pensa que vai zonear os meus domínios como fez lá na Terra, está muito enganado. Pega ele e manda para o Setor 2 que ele vai ver o que é bom pra tosse!

E lá se foi o velho Miguel para o temido Setor 2.

Três dias depois, lá estava Belzebu torturando uma almas recém-chegadas, quando novamente é interrompido pelo diabo-auxiliar que, com os nervos a flor da pele, deu seu novo relatório:

– Chefe, o Setor 2 está em greve de ocupação! Bakunin e mais uma comissão de almas exigem audiência com o senhor para a apresentação de uma pauta de reivindicações quilométrica. Eles querem penas mais suaves, equiparação com o pessoal do Setor 1, adicional de insalubridade, lazer nas horas vagas.

– Chega!!! – interrompe o diabo-superior – Esse barbudo está querendo anarquizar com o meu Inferno. Vou acabar já já com essa insubordinação, tá pensando o quê?! Pega esse anarquista e manda ele para a solitária, que eu quero ver ele organizar alguma coisa.

Bakunin só foi retirado a muito custo do Setor 2 com intervenção da Tropa de Choque, pois as almas tentaram impedir a sua saída com barricadas, pedradas e muita porrada.

No dia seguinte, quando Belzebu ainda nem tinha se refeito dos contratempos da véspera, chega o diabo-auxiliar mais nervoso ainda e solta o último relatório:

– Mestre, o Inferno inteiro está em greve geral de solidariedade ao Bakunin. Todos exigem sua imediata libertação.

– Basta! – urrou Belzebu – Vou mandar esse cara imediatamente para o Céu, coisa que já devia ter feito a muito tempo. Imagina só a balbúrdia que ele vai aprontar por lá; ele em uma semana vai conseguir esculhambar aquilo tudo. Como eu não pensei nisso antes?!

E lá se foi Bakunin – quem diria! – para o Céu, onde foi recebido por São Pedro. Folheando seu curriculum, ele disse:

– Sr. Bakunin, que coisa feia! Anticlericalismo, revoluções, prisões, bebedeiras…Bom, mas como a piedade de Deus é infinita e como o senhor veio deportado do Inferno, pode entrar na casa do Senhor.

E assim, Miguel Bakunin entrou no Céu.

Lá embaixo, Belzebu estava na maior expectativa com as notícias do Céu. Cara colada na home-page celestial (afinal, ele era um capeta atualizado), esperando notícias de uma sublevação geral no Reino do Senhor. Passa um dia, dois dias, três, quatro, e nada, nenhuma notícia de anormalidade lá em cima. Quando deu uma semana, Belzebu não suportou, pegou o elevador e foi lá conferir pessoalmente.

Discretamente, assobiando e com as mãos para trás, ele foi se aproximando da portaria do Céu, onde estava São Pedro trabalhando normalmente. Encostou no guichê, olhou distraidamente para as unhas, e puxou papo com São Pedro:

– E aí Pedro, tudo bem por aí?

– Tudo tranquilo como sempre. – respondeu o santo.

– Vem cá, e um cara que eu mandei praí, um tal de Miguel…

– Bakunin – completou São Pedro. – Ele está bem, por quê?

– Nada em especial, mas… ele não tem feito nenhuma agitação por aí?

– Não que eu saiba – respondeu Pedro.

– E Deus, não comentou nada sobre esse tal Bakunin? – perguntou o diabo.Nesse momento, São Pedro se levantou, colocou as duas mãos nos ombros de Belzebu e, olhando nos seus olhos, falou decidido:

– Companheiro Belzebu, Deus não existe!

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O anarquismo é uma ideologia política que prega a abolição do Estado e a organização social baseada na cooperação voluntária e autogestão. O anarquismo surgiu como um movimento político no século XIX na Europa, especialmente na França e na Rússia.

O anarquismo é uma corrente de pensamento que se opõe ao autoritarismo e à opressão e defende a liberdade individual e coletiva. O anarquismo é uma filosofia política que propõe uma sociedade sem hierarquia e sem dominação, baseada na cooperação e na solidariedade entre as pessoas.

O anarquismo é uma ideologia diversa, que abrange diferentes correntes de pensamento e práticas políticas, como o anarcocomunismo, o anarquismo individualista e o anarco-sindicalismo. O anarquismo também tem sido associado a movimentos sociais como o feminismo, o ambientalismo e o pacifismo.

Os primeiros teóricos do anarquismo surgiram no século XIX, como o filósofo francês Pierre-Joseph Proudhon, que cunhou a frase “a propriedade é um roubo” e defendeu a abolição do Estado e do capitalismo. Outros pensadores anarquistas importantes incluem Mikhail Bakunin, Emma Goldman e Errico Malatesta.

O anarquismo teve um papel importante na história dos movimentos sociais e políticos em todo o mundo, especialmente no final do século XIX e início do século XX. O anarquismo também foi associado a eventos como a Revolução Espanhola de 1936 e ao movimento punk dos anos 1970. Atualmente, existem grupos e indivíduos que se identificam como anarquistas em todo o mundo, embora a ideologia tenha sido criticada e debatida ao longo do tempo por muitos outros pensadores e correntes políticas.

Essa é uma postagem dedicada a pessoas que não sabem nada sobre o anarquismo!

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XIV Feira Anarquista de São Paulo (feiranarquistasp.wordpress.com)
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O mesmo video está com qualidade maior no Vimeo: https://vimeo.com/43639159

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É a caraterística do privilégio e de toda posição privilegiada matar a mente e o coração dos homens. O homem privilegiado, seja prática ou economicamente, é um homem depravado na mente e no coração. Esta é uma lei social que não admite exceção, e é tão aplicável a nações inteiras como a classes, corporações e indivíduos. É a lei da igualdade, a condição suprema da liberdade e da humanidade. O principal objetivo deste tratado é precisamente demonstrar esta verdade em todas as manifestações da vida social.

Um organismo científico ao qual tivesse sido confiado o governo da sociedade acabaria por se dedicar, em breve, não mais à ciência, mas a um assunto completamente diferente; e esse assunto, como no caso de todos os poderes estabelecidos, seria a sua própria perpetuação eterna, tornando a sociedade confiada aos seus cuidados cada vez mais estúpida e, consequentemente, mais necessitada do seu governo e direção.

Mas o que é verdade para as academias científicas é também verdade para todas as assembleias constituintes e legislativas, mesmo aquelas escolhidas por sufrágio universal. Neste último caso, elas podem renovar a sua composição, é verdade, mas isso não impede a formação, dentro de alguns anos, de um corpo de políticos, privilegiados de facto, mas não de direito, que, dedicando-se exclusivamente à direção dos assuntos públicos de um país, acabam por formar uma espécie de aristocracia ou oligarquia política. Veja-se o caso dos Estados Unidos da América e da Suíça.

Consequentemente, nenhuma legislação externa e nenhuma autoridade - uma, aliás, inseparável da outra, e ambas tendendo à servidão da sociedade e à degradação dos próprios legisladores.

—Bakunin.

https://www.marxists.org/reference/archive/bakunin/works/various/authrty.htm

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[...] o impacto tanto da agricultura comercial como do crescimento do Estado foi a redução progressiva da fiabilidade das garantias de subsistência até um ponto em que os camponeses não tinham praticamente outra alternativa senão a resistência.

SEGURO DE RISCOS NA ALDEIA

Se a necessidade de um mínimo garantido é um motivo poderoso na vida dos camponeses, seria de esperar encontrar padrões institucionalizados nas comunidades camponesas que satisfizessem essa necessidade. E, de facto, é sobretudo na aldeia – nos padrões de controle social e reciprocidade que estruturam a conduta diária – que a ética da subsistência encontra expressão social.

O princípio que parece unificar uma vasta gama de comportamentos é o seguinte: "A todas as famílias da aldeia será garantido um nicho mínimo de subsistência, na medida em que os recursos controlados pelos aldeões o tornem possível".

O igualitarismo da aldeia, neste sentido, é conservador e não radical; defende que todos devem ter um lugar, um modo de vida, e não que todos devem ser iguais.

A força social desta ética, o seu poder protetor para os pobres da aldeia, variava de aldeia para aldeia e de região para região. Era, em geral, mais fortes nas áreas onde as formas tradicionais de aldeia estavam bem desenvolvidas e não tinham sido destruídas pelo colonialismo – Tonkin, Annam, Jaa, Alta Birmânia – e mais fraca nas áreas pioneiras mais recentemente colonizadas, como a Baixa Birmânia e a Cochinchina.

No entanto, esta variação é instrutiva, pois é precisamente nas regiões em que a aldeia é mais autónoma e mais coesiva que se encontram as mais fortes garantias de subsistência.

Assim, tendo controle sobre os seus assuntos locais, os camponeses optam por criar uma instituição que normalmente protege os mais fracos contra a ruína, fazendo certas exigências aos aldeões mais abastados.

A compreensão das garantias sociais informais da vida na aldeia é crucial para a nossa argumentação porque, como são sustentadas pela opinião local, representam uma espécie de modelo normativo vivo de equidade e justiça. Representam a visão camponesa de relações sociais decentes.

— Por James Scott.

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No centro dos movimentos populares de protesto dos pobres urbanos e rurais da Europa dos séculos XVIII e XIX não estava tanto uma crença radical na igualdade da riqueza e da propriedade fundiária, mas a reivindicação mais modesta de um "direito à subsistência", uma reivindicação que se tornou cada vez mais consciente de si própria à medida que era cada vez mais ameaçada.

O seu pressuposto central era simplesmente que, independentemente das suas incapacidades civis e políticas, os pobres tinham o direito social à subsistência.

Por conseguinte, qualquer reivindicação das elites ou do Estado sobre os camponeses não podia ter justiça quando infringia as necessidades de subsistência. Esta noção assumiu muitas formas e foi, evidentemente, interpretada de forma elástica quando lhe convinha, mas, sob várias formas, proporcionou a indignação moral que alimentou inúmeras rebeliões e jacqueries.

O "droit de subsistance" foi o que galvanizou muitos dos pobres na Revolução Francesa; esteve por detrás da "taxation populaire", quando o público confiscou cereais e os vendeu a um preço justo determinado pelo povo; esteve também por detrás do "máximo jacobino", que ligava o preço dos bens de primeira necessidade aos níveis salariais.

Em Inglaterra, pode igualmente ser vista nos motins do pão e no malfadado sistema de ajuda de Speenhamland.

A formulação mínima era que as elites não deviam invadir a reserva de subsistência dos pobres; a formulação máxima era que as elites tinham uma obrigação moral positiva de prover às necessidades de subsistência dos seus súbditos em tempo de escassez.

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Texto em inglês que conta um pouco da história de uma figura não muito conhecida da história brasileira: o alemão Friedrich Kniestedt, que viveu no Rio Grande do Sul e se opunha ferrenhamente ao nazismo, tendo inclusive editado um jornal anarquista chamado Der freie Arbeiter.

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uma critica sobre o discurso atual sobre Palestina/Israel

Autores: Ben Gidley, Daniel Mang, Daniel Randall

Tradutores: Günter Sarfert, Antônio Xerxenesky, Sonia Hotimsky / Judias e Judeus pela Democracia – São Paulo

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Radicalize já! (cdn.masto.host)
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Esquerda liberal e conseevadora limita-se a grandes eventos e seus líderes. Já esquerda libertária da mais atenção a história da classe trabalhadora que precede e criam os grandes eventos. Video sobre o poder da contra cultura e pequenos grupos de trabalhadores que precedem grandes revoluções. (Auto Legenda em PT)

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Se formos considerar o fator tempo, uma unidade territorial autogerida existiu no Brasil e durou quase 100 anos, se chamou Quilombo dos Palmares.

Se considerarmos o fator impacto global, temos a Revolução Haitiana que as consequências foram a luta abolicionista no globo, deixando rastros também para as revoluções anticoloniais.

Nesse caso, temos a Revolução Mexicana, onde a pauta da Reforma Agrária atinge movimentos e lutas até os dias de hoje.

Se considerarmos modelos de socialização de propriedade, podemos citar a Revolução Espanhola, onde comitês das cidades e dos campos se uniam para construir uma economia autogerida.

Mas o marxista ortodoxo por algum motivo só considera a Revolução Russa como sucesso. É uma leitura equivocada do ponto de vista histórico, e tem um vício ideológico que ignora a luta e cosmovisão de outros povos, inclusive dos seus próprios países. Como se o modelo e a experiência fosse se repetir exatamente aqui. Um planetário de erros, diria Thompson.

(Kauan Willian)

https://twitter.com/kakobelmont/status/1602796884631887872?t=lcliojH6pelw9K4Dq_LfGg&s=19

Mas eles não levam em consideração que a Revolução Russa tenha sido a primeira com teor marxista, enquanto as outras, maravilhosas, importantes e tudo mais, não eram marxistas? (Bryan)

Eu acho que a confusão é exatamente essa, falar que se não é marxista não foi Revolução. Pera aí, Marx falava do avanço das Revoluções Burguesas, e Lenin das Revoluções de Libertação Nacional. Não é pq não é marxista que não tem relevância revolucionária (Kauan Willian)

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...Falar sobre a questão de organização e não organização é ridículo; esta questão nunca esteve em disputa entre anarquistas sérios, exceto talvez para aqueles individualistas solitários cuja ideologia está mais enraizada em uma variante extrema do liberalismo clássico.

Sim, os anarquistas acreditam na organização – na organização nacional e na organização internacional.

A organização anarquista variou de grupos soltos e altamente descentralizados a movimentos de vanguarda de muitos milhares, como a FAI espanhola, que funcionou de maneira altamente coordenada.

O que diferentes tipos de organizações anarquistas têm em comum é que elas são desenvolvidas organicamente de baixo para cima, não projetadas para existir de cima.

Inegavelmente surgem problemas que só podem ser resolvidos por comitês, por coordenação e por uma alta medida de autodisciplina. (...)

Nenhum anarquista sério discordará do argumento (...) sobre a necessidade de eliminar a estrutura imperialista através de grupos organizados."

BOOKCHIN, Murray. Anarquismo e Organização, 1969.

https://twitter.com/profartcast/status/1597804345252352000?t=g_f6bQuNCLWkSmz-4Xy9zg&s=19

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Como muitas outras comunidades Michoacán, Cherán sofreu com o crime organizado, subornos políticos e a polícia corrupta. Sequestros, extorsão, assassinatos e abate ilegal da floresta local - o sangue vital da comunidade - faziam parte da vida diária local. O Los Angeles Times fornece o pano de fundo da revolta de 2011:

Esse foi o ano em que os residentes, na sua maioria indígenas e pobres, empreenderam uma insurreição e declararam autodeterminação na esperança de se livrarem dos males que afligem tanto o México: violência desenfreada, políticos corruptos, um sistema judicial desdentado e bandos que se expandiram do contrabando de drogas para a extorsão, rapto e abate ilegal de árvores.

"Para nos defendermos", explicou um líder comunitário, "tivemos de mudar todo o sistema - fora com os partidos políticos, fora com a Câmara Municipal, fora com a polícia e tudo. Tivemos de organizar o nosso próprio modo de vida para sobreviver". Assim, a 15 de Abril de 2011, um grupo de mulheres e homens que utilizavam pedras e fogo de artifício atacou um autocarro cheio de madeireiros ilegais associados ao cartel de droga mexicano, La Familia Michoacana, e armados com metralhadoras. Os vigilantes assumiram o controlo da cidade, expulsaram a força policial e os políticos e bloquearam estradas que conduziam à floresta de carvalhos numa montanha próxima que tinha sido sujeita ao abate ilegal de árvores por bandos armados apoiados por funcionários corruptos.

O policiamento comunitário foi alargado a vinte mil habitantes e a mais de 27.000 hectares de terras comunitárias. Os membros da vigilância dos bairros patrulham tanto a cidade como as florestas circundantes.

A Constituição do México permite o autogoverno e o autopoliciamento pelas comunidades indígenas. Após longas batalhas legais, o governo mexicano está a tratar Cherán autónomo como uma comunidade indígena autónoma.

"Na forma única de governo de Cherán, o verdadeiro poder está totalmente nas mãos do povo. Não há uma única decisão tomada sem consenso, desde quem vai conseguir um emprego local na construção, até à atribuição de serviços públicos e à supervisão da despesa do orçamento. A autoridade da assembleia da comunidade está acima de qualquer outro órgão governamental local"[2].

A comunidade elege um Conselho de 12 pessoas, "K'eri Jánaskakua", e tem cerca de 180 fogatas (Roda de fogueiras onde fazem os encontros) nos seus quatro bairros.

O Terceiro Conselho (Conselho de Anciãos, Conselho Superior, Conselho Municipal, Conselho de Keris) foi nomeado em 2018. Outros órgãos representativos incluem um conselho de jovens, um conselho de mulheres, conselhos de bairro, e um conselho de território comunal centrado no desenvolvimento empresarial.

A cidade proibiu os partidos políticos e as campanhas políticas.

Segundo o Guardian, a versão de Cherán da democracia directa forneceu "uma solução simples para a compra de votos e o patrocínio que atormentam a democracia mexicana". A democracia directa, segundo um activista da comunidade, não só salvou a floresta, como trouxe a paz: Cherán em 2017 teve a mais baixa taxa de homicídios em todo o estado de Michoacán e talvez mesmo em todo o país do México.

https://youtu.be/SrPBdLiqMb0

https://en.m.wikipedia.org/wiki/Cher%C3%A1n

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Algo que não é mencionado o suficiente nas discussões sobre a ascensão de Hitler ao poder, é que antes dos nazistas já teve um golpe proto-fascista na Alemanha em 1920, conhecido como o Kapp Putsch. Entretanto, ele foi derrotado pela classe trabalhadora organizada.

Lembrando que o SPD foi o maior partido da classe trabalhadora em toda a Europa e várias revoluções estavam acontecendo na Alemanha. Por isso mesmo fascistas começaram a surgir e se organizar.

O golpe de Kapp Putsch foi apoiado por oficiais militares e capitalistas, e continha elementos nacionalistas e monarquistas. Seu objetivo era uma ditadura militar feita para esmagar o poder dos trabalhadores (o governo do SPD). Muitos de seus participantes se juntariam mais tarde ao partido nazista.

O golpe derrubou o governo do SPD, forçando os líderes governamentais social-democratas (SPD) a fugir. Mas em resposta, os trabalhadores de toda a Alemanha, de todos os partidos de esquerda, entraram em greve geral, unindo-se para acabar com a ditadura.

10 milhões de trabalhadores (social-democratas, social-democratas independentes e comunistas) entraram em greve, congelando a economia. Nada se moveu. Os líderes golpistas se tornaram impotentes, incapazes de fazer uma única coisa. Em 3 dias, eles foram forçados a se render.

Resgatados pela classe trabalhadora, os líderes do governo do SPD retornaram a Berlim e recuperaram os poderes do governo. No entanto, em seguida, fizeram concessões com os líderes do golpe, recusando-se a prendê-los, e até mesmo prometendo-lhes anistia.

Apesar de inicialmente ter sido um partido revolucionario/radical, o SPD deixou seu radicalismo após obter o governo. Sabotando inúmeras outras revoluções da classe trabalhadora na Alemanha, inclusive a República Socialista da Bavária.

Enquanto comunistas como Rosa Luxemburgo e Karl Liebknecht haviam sido assassinados sob ordens do SPD por tentativa de liderar uma revolta operária em 1919, os líderes de um golpe de extrema-direita foram tratados quase como amigos, e anistiados pelo SPD.

Em alguns lugares, os trabalhadores decidiram continuar a greve e radicalizar suas reivindicações, principalmente na região industrial do Ruhr, foram elementos revolucionários que continuaram a greve, formaram milícias de trabalhadores e fizeram reivindicações socialistas.

Em resposta, o governo do SPD utilizou as unidades militares de extrema-direita, muito dos mesmos que os derrubaram em um golpe de Estado alguns dias antes, a fim de esmagar brutalmente os trabalhadores.

Mesmo que muitos dos trabalhadores mortos no processo fossem membros do SPD, a liderança do SPD estava mais disposta a ficar do lado dos reacionários que os desprezavam, do que dos trabalhadores revolucionários pertencentes ao seu próprio partido. Mais de 1.000 rebeldes foram mortos no Ruhr.

Um dos soldados que levavam a cabo a repressão escreveu um relato devastadoramente brutal.

Agora estou finalmente com minha empresa. Ontem de manhã cheguei à minha empresa e às 13h fizemos o primeiro assalto. Se eu fosse escrever tudo, você diria que são mentiras. Nenhuma misericórdia é mostrada. Nós atiramos até mesmo nos feridos. O entusiasmo é maravilhoso, quase incrível. Nosso batalhão tem mortos vermelhos 200 a 300. Qualquer um que cai em nossas mãos recebe primeiro a coronha da arma e depois a bala. Durante toda a ação, pensei na estação A. Isso se deve ao fato de que também matamos instantaneamente dez enfermeiras de traição, cada uma delas carregando uma pistola. Disparamos com alegria contra essas abominações, e como eles choraram e suplicaram! Nada feito! Quem quer que seja encontrado carregando armas é nosso inimigo e é feito". Membro da Epp Brigade.

Na sequência, o apoio dos trabalhadores ao SPD caiu drasticamente, e as divisões já existentes entre os trabalhadores se aprofundaram drasticamente. Devido a hostilidades partidárias, os trabalhadores alemães nunca mais seriam capazes de atingir este nível de ação unificada, mesmo quando mais necessário.

Fonte: @PhilosophyCuck (twitter).

Se isto lhe interessa, ele está atualmente no processo de fazer uma série de vídeos sobre a revolução alemã. Neste momento, o plano é cobrir o Kapp Putsch na parte 4.

Recomendação de leitura: Os livros mais centrais são:

  • "Failure of a Revolution" por Sebastian Haffner.
  • "Working-Class Politics in the German Revolution" by Ralf Hoffroge.
  • "The German Revolution, 1917-1923" by Pierre Broué.

Adicionalmente, "All Power to the Councils!" de Gabriel Kuhn que narra como testemunha de dos eventos. Como também "Revolutionary Berlin: A Walking Guide".

E por último, a biografia de Rosa Luxemburg por Netti.

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A prova dramática disso surgiu em 1965 quando a Direção Nacional da CDRS revelou que a grande maioria dos cidadãos havia se recusado a pagar aluguel ao Estado por seus apartamentos e casas nos últimos cinco anos. Aparentemente, a maioria dos cidadãos recusou-se a entender o comunismo em tais termos: afinal, se o Estado era dono de tudo e as pessoas eram o Estado, então por que alguém deveria pagar aluguel para o Estado por suas casas? Em 1965, o não pagamento do aluguel adquiriu as proporções de uma greve nacional de aluguel. 0 apelo de Fidel para que os CDRs imponham o pagamento de seus blocos caiu em ouvidos moucos". Foi somente em maio de 1967 que o governo declarou a duvidosa vitória de fazer Cuba "Un Territorio Libre de Impagos [Território Livre de Não-Pagamentos]. No entanto, a vitória havia sido alcançada deixando totalmente de lado o CDRS e enviando agentes da habitação nacional au-..

Fonte: Lillian Guerra, Visions of Power, pg. 214

Fidel era visto como reformista. Ele conseguiu criar uma imagem dele nos EUA de Robin Hood e conseguiu bastante apoio popular. E os EUA queria se livrar do Batista (quem tinha o poder em Cuba então) pq ele era demasiadamente corrupto e outros motivos que não sei. Mas um dos principais motivos é que os EUA viam que Batista deixando tanta gente vivendo na miséria era o que motivava rebeldes. Fidel, um desses rebeldes e gerrilheiro que era bom em criar imagens na imprensa, convenceu a opinião popular nos EUA que ele só queria reformas em Cuba.

Então os EUA parou de mandar ajuda militar ao Batista e deu a ele 300k dólares para ele sair do governo. Batista aceitou e foi embora. E assim Fidel Castro tomou o poder tomando o espaço vazio deixado por Batista.

Os negócios que Cuba tinha com os EUA continuaram normalmente com o governo de Castro, do qual as empresas Americanas dominavam os setores de produção e exportação de açúcar, tabaco, energia, etc. Os EUA comprava açúcar entre outras comodites de Cuba acima do preço de mercado.

Foi após que um tempo que as tensões de Cuba com os EUA começaram, e aparentemente pq Fidel Castro queria mais autonomia dos EUA, que fez Fidel Castro aliar com a União Soviética, pedindo para empresas americanas refinarem petróleo Russo no lugar do petróleo Venezuelano. Os EUA não permitiram. Houve então nacionalização das refinadoras Americanas em Cuba. EUA responderam cortando acordos econômicos que davam privilégios a Cuba o que fez Castro se aliar mais a Rússia, EUA proibiu exportação de produtos americanos a Cuba (com excessao de remédios e comida). Castro fez mais nacionalização de empresas americanas. No final Castro conseguiu ter sua economia mais livre dos EUA mas ficaram dependentes da Russa. E foi nesse processo todo que houve a decisão da criação do partido e declaração de total aliança com a União Soviética.

Quando Fidel Castro foi visitar os EUA e comversou com o Presidente Nixon, o presidente americano disse suspeitar que Fidel Castro era naivo em a achar que poderia ter uma economia independente/autônoma e suspeitou que Fidel flertava com o comunismo. Mas o secretário geral dos EUA disse que a impressão dele era que Fidel era um grande democrata.

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"O preconceito patrimonial com que padres, moralistas, legisladores e políticos têm lutado ao longo dos tempos, para imbuir as pessoas desde o berço, vive sobre aqueles que sofrem suas conseqüências assassinas. Em greves, por exemplo, muitas vezes nos deparamos com homens vigorosos que atiram ou matam chefes e capatazes; vimos, por exemplo em Montceau-les-Mines, na França (1884), dezenas de trabalhadores desarmados sendo presos por terem atirado bombas nas casas de engenheiros e administradores; e vemos, como temos visto na Bélgica, multidões de mineiros rebeldes manipulando os burgueses, incendiando as minas, e durante dias tendo apropriado grandes distritos, incluindo cidades ricas - mas nunca vimos tais grevistas confiscando bens e casas, nem provando que eles entenderam que os chefes são inúteis sanguessugas, assim como tudo o que foi criado por eles [trabalhadores] lhes pertence.

O tipo de homem trabalhador que desafia o patrão e usa uma faca para retribuir o longo martírio, que inflige a seus escravos assalariados, não é tão raro. Mas é muito, muito raro aquele que se desentende com os pertences do patrão, com a consciência calma e contente de quem sabe que está apenas exercendo seus direitos.

Impelido pela necessidade, o homem trabalhador carrega o que pode, mas o faz com vergonha, na crença de que está fazendo mal; e o que deveria ser um ato de revolta, em busca de reivindicações, continua sendo um roubo comum que degrada o caráter e a dignidade de alguém. Este negócio de propriedade é um dos maiores preconceitos e temos que dobrar todos os nossos esforços para destruí-lo.

O povo deve ter em mente que a revolução que se aproxima será a revolução dos desgraçados, dos famintos e que, sempre que possível, deve ter uma antecipação de seus benefícios. Nisso reside o sucesso da revolução, a garantia do futuro, a salvação da humanidade."

— Malatesta, parte do texto "Propaganda by Deeds" escrito na década de 1890's

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