Comunismo

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Comunidade para discussões em geral relacionadas à teoria e prática marxista. ☭☭☭


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Na manhã desta quarta-feira, 19 de junho de 2024, Caio Sad, diretor do Diretório Central de Estudantes (DCE) da Universidade de Brasília (UnB), foi preso pela Polícia Legislativa do Senado Federal. Caio participava de um protesto silencioso ao lado de outros estudantes, exibindo cartazes contra o Novo Ensino Médio, que estava em votação naquele momento.

Segundo um vídeo divulgado nas redes oficiais do DCE, os manifestantes foram agredidos pelos policiais legislativos do Senado, que tentaram impedir, por meio de clara repressão, a exibição de cartazes. Os cartazes criticavam os itinerários formativos implementados pela reforma do Novo Ensino Médio, que haviam sido suspensos em 2023.

Caio Sad, que levantava uma placa exigindo a revogação completa do Novo Ensino Médio, permaneceu detido até o fim da votação na Comissão de Educação, uma clara tentativa de cercear a liberdade de expressão dos estudantes! A ação da polícia legislativa gerou indignação e mobilização entre os manifestantes e seus apoiadores, que afirmam que tal repressão visa proteger os interesses da burguesia, sobretudo os grandes oligopólios educacionais, e evitar o debate público sobre o tema.

A votação referiu-se a um relatório do projeto apresentado pelo governo para alterar as regras do Novo Ensino Médio. A senadora Dorinha Seabra (União Brasil - TO) foi a responsável pela apresentação do relatório. O projeto base já havia sido aprovado pela Câmara dos Deputados, e o relatório foi aprovado em votação simbólica na Comissão de Educação, seguindo agora para apreciação no plenário do Senado.

As principais mudanças em relação ao projeto base aprovado pela Câmara dizem respeito ao ensino técnico. O texto base da Câmara previa 2,1 mil horas de formação geral básica e 900 horas para matérias específicas. O relatório agora estabelece 2,2 mil horas de formação geral básica no Ensino Médio Técnico a partir de 2025. Além disso, a partir de 2029, as cargas horárias totais dos cursos de Ensino Médio Técnico serão aumentadas de 3 mil para 3,2 mil, 3,4 mil e 3,6 mil horas, para cursos de 800, 1000 e 1200 horas, respectivamente.

Apesar da truculência enfrentada pelos estudantes, a mobilização pela revogação completa do Novo Ensino Médio continua a reunir milhares de estudantes por todo o Brasil, demonstrando a força do movimento estudantil na luta por um sistema educacional público, gratuito, universal e gerido democraticamente.

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No dia 14 de junho, moradores do biarro Maria Dirce protestaram em resposta à morte de um jovem pelas mãos da Polícia Militar (PM). O rapaz foi submetido a tortura e morreu eletrocutado com um tazer (arma de eletrochoque). A manifestação trancou com uma barricada de fogo a Rodovia Dutra e foi reprimida pelo Batalhão de Choque, que lançou bombas e tiros contra as pessoas enquanto adentrava a favela, fazendo crianças e idosos passarem mal com a fumaça.

Em uma grave denúncia feita ao correspondente local de AND em Guarulhos, os moradores contaram que os PMs cobram propinas dos traficantes e, insatisfeitos com o que vinham ganhando, prometeram matar uma pessoa dali. Para as famílias, já é cotidiano que os policiais cheguem no bairro aterrorizando-as, atrás de acertos com o tráfico de drogas.

De acordo com a denúncia dos moradores, o jovem, havia sido ameaçado de morte pelos policiais, quando correu para dentro de um mato na beira do córrego e foi seguido por um cão farejador. Quando os PMs o encontraram, usaram um tazer para o paralisar e o torturaram até a morte. Há relatos de que o jovem tinha problema cardíaco. O corpo foi levado pelo IML e só pôde ser visto depois de os próprios pais insistirem muito. Ele apresentava hematomas que, segundo os entrevistados, indicavam queimadura por choque elétrico.

Revoltados a brutalidade perpetrada pelos policiais, os moradores se dirigiram até a Rodovia Presidente Dutra e atearam fogo em pneus para trancar a via principal no sentido Rio de Janeiro. Um tempo depois, agentes da Polícia de Choque chegaram ao local para reprimir os manifestantes.

Os repressores lançaram bombas e tiros e os perseguiram até sua favela. A fumaça provocou mal-estar mesmo nas pessoas que estavam dentro de suas residências. Durante a noite, policiais circularam na região vestindo toucas ninjas para intimidar.

O caso não é isolado

Os moradores deram outros exemplos de agressão promovida pelo velho Estado. Um jovem relatou que já houveram duas vítimas da violência reacionária em sua família: a irmã que foi detida brutalmente (“arrebentou a cara dela”) e o primo que foi executado de joelhos com um tiro. Um entrevistado também relembrou uma chacina realizada na região por policiais no ano de 2015.

Cotidianamente, famílias de trabalhadores no Brasil inteiro encaram a violência do velho Estado, reacionária e direcionada contra as massas populares em luta no campo e na cidade. No monopólio de imprensa, retrata-se os policiais travando guerra contra o narcotráfico, porém, na realidade o que se percebe é uma guerra civil reacionária.

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Ao menos 17 pessoas morreram durante a madrugada desta terça-feira (18/06) no campo de refugiados de al-Nuseirat, após uma série de bombardeios de Israel contra o centro da Faixa de Gaza.

Segundo relatos preliminares, o balanço inicial era de sete mortes em um ataque a uma casa em al-Nuseirat, mas logo depois houve a confirmação das outras vítimas em uma segunda ofensiva.

Segundo o jornal catari Al Jazeera, dentre as vítimas estavam mulheres e crianças, sendo que cinco delas pertenciam à mesma família. Outros 10 civis também ficaram feridos, e há relatos de cidadãos presos sob os escombros.

Em relação ao segundo ataque, o bombardeio atingiu um casal, seus filhos e avós que estavam em casa.

A imprensa ainda relata que duas outras pessoas foram mortas na estrada costeira no centro-oeste de Gaza e nove palestinos que esperavam por caminhões de ajuda humanitária foram atingidos por fogo israelense.

A agência de notícias palestina Wafa ainda relatou que os bombardeios israelenses também foram direcionados a outras regiões centrais de Gaza, como a cidade de Deir al-Balah e o campo de Bureij, e bairros residenciais ao sul do enclave.

Como resultado, 35 pessoas feridas nos ataques foram hospitalizadas em estado grave. Na mesma região, há cerca de uma semana, o Exército de Israel, ao resgatar quatro reféns mantidos pelo grupo Hamas, provocou a morte de mais de 200 palestinos em ataques aéreos.

3.500 crianças podem morrer de desnutrição

O governo da Faixa de Gaza alertou, também nesta terça-feira, que 3.500 crianças correm risco de morrer por desnutrição, mediante à crise humanitária instalada pelo massacre de Israel na região.

A Al Jazeera informa que o enclave não consegue oferecer alimentos, suplementos nutricionais e vacinas para as crianças em risco.

“À medida que a ajuda acaba em Gaza devido ao bloqueio das fronteiras, a fome atinge uma população já cansada”, informou o Gabinete de Comunicação Social de Gaza, apelando por ajuda internacional para a condenação dos crimes de Israel. O balanço de vítimas pela ofensiva israelense desde 7 de outubro aumentou para 37.347.

(*) Com Ansa

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Na edição desta segunda-feira (17/06) de seu programa televisivo semanal na emissora pública VTV, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou que a empresa Citgo, filial da estatal petroleira PDVSA em território norte-americano, seria alvo de um projeto do governo dos Estados Unidos que busca confiscar e leiloar seus ativos.

A acusação foi realizada quase em simultâneo à declaração da vice-presidente do país, Delcy Rodríguez, na qual esta assegurou que o país buscará reverter a situação em instâncias internacionais.

“Hoje, a vice-presidente comunicou que está em andamento uma manobra do governo norte-americano para roubar a empresa Citgo da Venezuela”, comentou Maduro.

O mandatário não criticou apenas Washington pela decisão, mas também os setores da oposição que, segundo ele, “jogam a favor do imperialismo, servindo de títeres para aqueles que querem se apossar das riquezas da Venezuela”.

“Líderes da oposição como (Juan) Guaidó, Leopoldo López, (María Corina) Machado, Julio Borges, (Henrique) Capriles (…) todos eles estão desesperados em colocar as mãos nos nossos recursos”, acrescentou.

Maduro e Rodríguez também afirmam que a medida conta com a cumplicidade dos tribunais de justiça norte-americanos, que impediram os advogados da PDVSA e realizarem a defesa do seu direito de propriedade sobre a Citgo durante o período em que o tema estava em disputa judicial.

O líder bolivariano utilizou o espaço televisivo para convocar uma “grande mobilização nacional para defender o patrimônio da Venezuela e aplicará justiça implacável àqueles que tramaram este saque contra a república”.

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A decisão do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, de dissolver o gabinete de guerra acontece uma semana após o pedido de demissão de Benny Gantz, membro da oposição que se juntou ao governo de emergência após os ataques do Hamas em 7 de Outubro.

A decisão do premiê ocorre sob forte pressão exercida por Itamar Ben Gvir, um dos elementos mais extremistas da atual coalizão de governo, que pretendia se juntar a este fórum reduzido responsável por tomar as decisões sobre a campanha militar.

Um membro do alto escalão do governo procurou explicar à RFI o posicionamento de Netanyahu: “Não há necessidade de manter o gabinete de guerra reduzido, já que ele foi criado como parte das negociações para Gantz se juntar ao governo. A tendência é que as reuniões reduzidas continuem, mas sem esse nome. E devem ocorrer até com mais frequência”, diz.

De acordo com as avaliações de outras fontes de segurança, a intenção de Netanyahu seria a de excluir não apenas Ben Gvir, como também seu aliado Bezalel Smotrich, ministro das Finanças.

Ao contrário das reuniões do gabinete de segurança amplo, onde já compareceram cerca de 50 pessoas, incluindo ministros, convidados adicionais da área de defesa e conselheiros ou chefes de gabinete, a gestão das reuniões no gabinete de guerra reduzido foi mais fácil devido ao pequeno número de participantes. Apenas Netanyahu, Benny Gantz e o ministro da Defesa Yoav Gallant tinham direito a voto.

Pressão dos EUA

Após a saída de Gantz, os Estados Unidos pressionaram Netanyahu para não dissolver o gabinete de guerra por acreditarem que se tratava de um fórum interno mais moderado e avesso à influência de extremistas. Uma das opções era a adesão de Israel Katz, ministro das Relações Exteriores. No entanto, Smotrich e Ben Gvir insistiram que em qualquer caso de expansão do gabinete eles deveriam ter direito a assento.

Membros da oposição israelense interpretam o gesto de Netanyahu como uma tentativa de se colocar à margem do processo de tomada de decisões. Isso porque a partir de agora as medidas mais importantes precisarão ser levadas ao gabinete de segurança amplo. E com um número maior de participantes, a tendência é que seja difícil aprová-las ou chegar a consenso por meio de negociações.

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Mas os trabalhadores também precisam de tempo para si mesmos e para seus amigos e familiares. O pagamento de horas extras e os aumentos não podem substituir o que mais precisamos: o nosso tempo de volta.

Quando Frank Carrico fala sobre por que ele e seus colegas de trabalho na Heaven Hill Distillery entraram em greve, ele fala sobre a família. “Eu perdi as atividades dos meus filhos” por causa dos turnos forçados de fim de semana, ele diz. “Perdi muita coisa, e não quero que os jovens que vêm depois de mim passem por isso.”

Quando conversamos, os trabalhadores da destilaria tinham acabado de sair de uma greve de seis semanas, exigindo manter uma semana de trabalho de quarenta horas, de segunda a sexta-feira, com pagamento de horas extras para além disso.

Os trabalhadores da Frito-Lay entraram em greve neste verão para acabar com os “turnos suicidas”: turnos de doze horas consecutivas com apenas oito horas de intervalo entre eles. Mais tempo entre turnos extra longos também estava entre as demandas que levaram membros de equipes de filmagem e TV a autorizar uma greve. Trabalhadores têxteis na Itália entraram em greve para acabar com semanas de trabalho de oitenta e quatro horas (e tiveram uma grande vitória).

Um meme popular nas redes sociais nos faz lembrar: “Tem um fim de semana? Agradeça aos sindicatos!” Mas muitos trabalhadores, sindicalizados ou não, não têm fim de semana — e certamente não têm o que os grevistas de Haymarket em 1886 exigiam: “Oito horas para trabalhar, oito horas para descansar, oito horas para o que quisermos.”

Greves e a pandemia estão expondo como muitos de nós, desde fábricas da Nabisco até sets de filmagem, estamos trabalhando turnos de doze horas, às vezes por dias consecutivos. Essas horas extras cobram seu preço. Estudo após estudo tem mostrado que jornadas de trabalho mais longas levam a vidas mais curtas e a um risco maior de doenças cardíacas. Horas mais longas também levam a vidas mais restritas — com menos tempo para a família, lazer e o que quisermos.

Ao longo de décadas de luta, os sindicatos conquistaram a jornada de oito horas. E, ao longo de décadas de negociação, muitas vezes a devolveram ao concordar com esquemas de horas extras que associam o aumento de salário ao aumento de trabalho. Isto (combinado com a estagnação ou queda dos salários reais) faz com que os trabalhadores estejam sempre se esforçando para recuperar o atraso. As horas extras podem ser “voluntárias”, mas se tornam necessárias para fazer as contas fecharem — ou muito tentadoras para serem ignoradas.

Um ex-presidente do sindicato de professores me disse que teve que exigir que a equipe do sindicato não oferecesse tempo por dinheiro nas negociações. “Os representantes sindicais só queriam obter o aumento percentual”, disse ele. “Mas nós queríamos controle sobre nossa jornada de trabalho.”

As equipes de filmagem e TV conquistaram um acordo onde a gerência agora tem que pagar multas adicionais por longas jornadas ou intervalos curtos entre turnos. Mas, embora uma multa possa ser pensada como um dissuasor, o cálculo da gerência diz: “Eu ganho dinheiro suficiente com o seu tempo para pagar essa multa.” Carteiros e motoristas da UPS sabem como essa rotina funciona — os representantes sindicais reclamam, a gerência paga, e na próxima semana isso se repete.

Uma vez que você trocou tempo por dinheiro, o chefe vai atrás do dinheiro também.

A gerência da Nabisco estava tentando retirar os prêmios de fim de semana e o pagamento de horas extras após oito horas. Eles queriam um Horário de Trabalho Alternativo, onde todos trabalham doze horas por dia, incluindo fins de semana, com o pagamento regular.

O acordo final cria um cronograma de dois níveis. Os trabalhadores atuais mantêm sua semana de segunda a sexta-feira, mas o Terrível Horário de Trabalho se aplica aos novos contratados. Muitos trabalhadores podem querer o pagamento de horas extras e o que isso lhes permite comprar. Mas aceitamos uma falsa escolha: você tem tempo ou dinheiro, mas não os dois. As nossas vidas acabam circunscritas pelas demandas do trabalho. A nossa imaginação para “o que quisermos” se reduz a dormir e fazer um lanche rápido.

Em vez de lutar dentro do quadro que os chefes nos dão, devemos lutar pela vida que podemos criar além desse quadro. Uma vida que nos permita nos conhecer como mais do que trabalhadores — como membros da família, amigos, aliados políticos, atletas, artistas, músicos, ou até mesmo desocupados.

O chefe sabe disso: seu tempo é a mercadoria mais preciosa que existe.

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A mobilização militante dos estivadores no principal porto da Grécia, Pireu, no sábado, 15 de junho, levou ao cancelamento da chegada do “MSC ALTAIR”, um navio porta-contêineres que transportava armamentos e munições para Israel.

Como noticiou o diário “Rizospastis”, o MSC ALTAIR iniciou o seu itinerário a partir de Valência, Espanha, e deveria chegar a Israel via Pireu. Segundo informações, o navio cargueiro transportava munições e outros materiais de guerra destinados a serem utilizados contra os palestinos, no genocídio promovido pelo Estado sionista em Gaza.

O ENEDEP (Sindicato dos Portuários do Pireu) declarou a sua firme recusa em fornecer qualquer assistência ao navio de carga, forçando-o assim a mudar a sua rota em direção à Itália. “Nós, os estivadores do Pireu, declaramos que não aceitaremos descarregar o navio”, afirmaram num comunicado, acrescentando: “Não participaremos no massacre de pessoas inocentes para o lucro de poucos. Estamos criando nossos filhos com humanidade e através de nossas lutas lhes ensinamos uma lição de solidariedade, resistência e orgulho”.

Em comunicado, a Assessoria de Imprensa do CC do Partido Comunista da Grécia (KKE) denunciou “a chegada ao porto do Pireu do cargueiro MSC ALTAIR que, entre outras coisas, transporta material de guerra, tendo Israel o destino final. [...] Isto é mais uma prova dos planos do governo grego para o envolvimento cada vez mais profundo do país nos planos dos EUA-OTAN e do seu apoio ao ‘assassinato de Estado’ de Israel, à custa da luta do povo palestino”.

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Seria a história pendular? Uma no cravo e outra na ferradura? O fato é que nessa primeira metade do século XXI o mundo retrocede à direita.

O que entendo por direita? São de direita todos os negacionistas, aqueles que preferem mentiras às certezas das ciências. São de direita os racistas, os homofóbicos, os misóginos, os que se julgam superiores a todos que não têm a mesma cor de sua pele.

São de direita os que negam à mulher o direito de decidir sobre o próprio corpo, não admitem o aborto em determinadas circunstâncias, mas apoiam a pena de morte e aplaudem policiais que matam bandidos e suspeitos de crimes, e se omitem enquanto o governo de Netanyahu massacra a população civil de Gaza.

A política de direita quer o Banco Central autônomo do governo de seu país, porém dependente do sistema financeiro internacional. Abomina refugiados, grita contra a Rússia por ocupar a Crimeia e se cala frente à ocupação de Guantánamo e de Porto Rico pelos EUA.

O que se enxerga no fim desse túnel? Pelo que ensina a história, guerras. A ampliação global dos conflitos regionais, como ocorreu na primeira metade do século passado.

A democracia liberal tem um limite: a supremacia da acumulação do capital em mãos privadas. Todas as vezes que esse privilégio é ameaçado, os democratas aposentam as urnas, rasgam as Constituições e colocam as tropas na rua. Por meio de golpes de Estado ou eleições, instalam governos ditatoriais em nome da ordem, dos bons costumes e da defesa de Deus, família e propriedade.

Na primeira metade do século XX, foram os casos de Hitler na Alemanha; Mussolini na Itália; Franco na Espanha; Salazar em Portugal; Duvalier no Haiti; Somoza na Nicarágua; Trujillo na República Dominicana; Stroessner no Paraguai; e Vargas no Brasil. O período conheceu duas grandes guerras que tiveram a Europa como palco principal: a primeira, entre 1914 e 1918, e a segunda entre 1939 e 1945. As duas deixaram um saldo de pelo menos 70 milhões de mortos!

Antonio Candido dizia que a maior conquista do socialismo não ocorreu nos países que adotaram esse sistema, e sim na Europa Ocidental. Com medo do comunismo, a burguesia europeia preferiu entregar os anéis a perder os dedos. Implantou a social-democracia e ampliou os direitos da classe trabalhadora.

Derrubado o Muro de Berlim, a burguesia arrancou a máscara e exibe, agora, sua verdadeira face, a que defende a militarização das relações diplomáticas e a supremacia da acumulação do capital privado sobre o exercício dos direitos humanos. Assim, implanta governos autoritários declaradamente de direita, tolerantes com a ascensão neonazista e intolerantes com as políticas sociais dos governos progressistas. Exige ajuste fiscal e sonega impostos. As recentes eleições para o Parlamento Europeu reforçaram os partidos de centro-direita. A União Europeia se submete, hoje, aos ditames da Casa Branca.

A esquizofrenia política se acentua. Apesar de tantos eventos internacionais em prol da preservação ambiental, do combate à fome e da paz, os acordos assinados não são levados à prática. Não há força política que detenha o uso de energia fóssil, o aumento dos gastos em armamentos (em 2023, no mundo, somaram 2,4 trilhões de dólares), e os conflitos em vários pontos do planeta.

Hoje, quase 1 bilhão de pessoas passam fome no mundo. Apenas dez empresas controlam o mercado de alimentos: Nestlé, PepsiCo, Unilever, Mondelez, Coca-Cola, Mars, Danone, Associated British Foods (ABF), General Mills e Kellogg’s. Todas europeias ou estadunidenses, e centradas na produção e venda de ultraprocessados, que causam danos à saúde humana.

Segundo a Oxfam, elas faturam, por dia, 1,1 bilhão de dólares. O consumidor que vai ao supermercado e encontra variedade de produtos ignora que muitos pertencem à mesma empresa.

Como se altera essa conjuntura? No caso do Brasil, reforçar o governo Lula, porque a alternativa é a volta da caserna golpista; atuar intensamente nas eleições municipais de outubro em prol de candidatos progressistas; e retomar o trabalho de base. Redes digitais não são ruas. As redes fazem ruído, mas as ruas falam mais alto. Movimentos sociais, sindicais e pastorais precisam voltar aos protestos e reivindicações públicas.

No âmbito mundial, apoiar a constituição de uma nova governança global que tenha caráter mais democrático, atuação mais efetiva e supere a inoperância da ONU. Estabelecer a regulação das redes digitais, de modo a submetê-las às leis constitucionais dos países e à Declaração Universal dos Direitos Humanos.

Mas será que haverá tempo para implementar medidas antes que irrompa um novo conflito mundial? O tempo dirá.

O texto não reflete exatamente minhas opiniões pessoais, eu apenas resolvi compartilhar ele por ser um artigo de opinião recente de um veículo de esquerda.

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Uma onda de mobilizações populares em defesa da soberania nacional vem acontecendo em países como Mali, Burkina Faso e Níger. Levantes militares tomaram o poder e pressionaram pela expulsão das forças militares francesas de seus territórios. Esses grupos enfrentam o controle externo sobre os recursos naturais e têm recebido apoio de diferentes setores da população.

O Níger, por exemplo, é considerado o terceiro maior produtor de urânio do planeta, embora até agora quase a totalidade da exploração do minério no país tenha sido realizada por empresas francesas, em um modelo de exploração neocolonialista que perdurou após a independência do país na década de 1960.

Em julho de 2023, quando um levante militar derrubou o então presidente do Níger, sanções severas foram aplicadas pelo ocidente, afetando toda a população, especialmente as pessoas do campo. A pressão imperialista, com a França à frente, é para que as forças militares da Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (Cedeao) intervenham no país, o que tem sido rechaçado pela União Africana e, de forma mais veemente, pelos vizinhos Burkina Faso e Mali, que compõem a Aliança dos Estados do Sahel.

Nesse contexto, a Via Campesina e outras organizações populares têm alavancado campanhas de denúncia das sanções e das ingerências imperialistas no país e de defesa das camponesas e camponeses nigerinos. “O caminho para uma verdadeira paz na África Ocidental e Central passa pela total e plena soberania dos povos. As intervenções neocoloniais devem parar”, a organização afirmou em declaração de 2023.

Para compreender o contexto político atual e os desafios das lutas populares por soberania nacional no país, Capire conversou com Aminata Gado, integrante da Plataforma Camponesa do Níger [Plateforme Paysanne du Niger – PFPN], vinculada à Via Campesina.

**Leia a entrevista abaixo

Capire: Em 26 de julho de 2023, a guarda presidencial do Níger avançou contra o presidente anterior, Mohamed Bazoum, e liderou um levante militar que levou ao poder uma junta militar liderada pelo general Abdourahamane ‘Omar’ Tchiani. Você pode nos contar brevemente o que estava acontecendo na época e qual é a situação no país nos últimos nove meses?**

As razões que levaram os militares a tomar o poder são as seguintes: a crescente insegurança que se espalhava por todas as regiões, a má gestão do governo, a impunidade, o clanismo, a pobreza. Todos esses males contribuem para manter o país em total dependência, enquanto o Níger está cheio de numerosas riquezas minerais que são desperdiçadas pelos imperialistas com o apoio dos líderes locais.

Assim que chegaram ao poder, os militares foram apoiados pela população, numa explosão patriótica motivada pela tão esperada revolução. Há nove meses, a situação no país mudou: os novos líderes nacionalizaram certos recursos minerais, a governança do país é transparente e as opiniões da população são levadas em conta, sendo que antes da chegada deles, a ditadura dominava tudo.

No plano diplomático, o Níger escolhe livremente seus parceiros. A insegurança está diminuindo, a tranquilidade reina no país, a população se sente mais segura com os militares, a cultura do civismo e do patriotismo é mantida entre todos os cidadãos. No entanto, o fechamento das fronteiras com a Nigéria e o Benim acarretou numa redução das transações e dos ganhos da população – porque o Níger não tem litoral –, bem como no aumento do preço dos produtos e dos gêneros alimentícios.

Você pode contextualizar este momento político e explicar por que razão essas revoltas militares gozam de tal apoio popular?

Enquanto houver uma má administração por parte dos governos, haverá golpes de Estado nos países africanos. Mas os golpes de Estado ocorridos no Mali, no Burkina Faso e no Níger são salvadores, libertadores. Eles têm apoio popular porque os três dirigentes introduziram em seu sistema de governo a ideia de patriotismo, de revolução, de refundação, de independência total dos três países, para expulsar o neocolonialismo.

Os três dirigentes provaram ao povo a pilhagem dos recursos naturais por parte da França e dos Estados Unidos, países que alegam ser ricos enquanto exploram os chamados países pobres, que não são de fato pobres, mas superexplorados. A riqueza dos nossos três países deixará de estar nas mãos dos imperialistas para ser controlada pelos dirigentes locais.

Para além da constante ameaça de um ataque militar das Forças Armadas dos países da Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (Cedeao), apoiado pela França na sua tentativa de retomar a exploração de urânio no Níger, o povo nigerino sofre as sanções aplicadas pelo país colonizador e pelos Estados Unidos. O que significam na prática essas sanções? Como elas afetaram o povo, especialmente as mulheres e pessoas do campo?

Foram impostas sanções injustas, desumanas e sádicas ao Níger. A ameaça de ataque militar da Cedeao e da França causou a falta de medicamentos nas farmácias – o que levou a muitas mortes –, quedas de energia intempestivas, escassez e alto custo dos produtos alimentares e limitou o deslocamento das populações.

Essas sanções afetaram mais as mulheres e os camponeses. O poder de compra dessas pessoas diminuiu devido à escassez e ao aumento do preço dos produtos de necessidade básica. Os cortes de energia e a falta de medicamentos nas farmácias forçaram as mulheres a dar à luz em condições deploráveis. A pobreza aumentou entre elas. Quanto às pessoas camponesas, a insegurança as impede de ir para os campos; algumas foram assassinadas lá; várias tiveram seus gados roubados. Houve um deslocamento maciço de famílias e são as mulheres e as crianças que se encontram sem abrigo, desprovidas dos seus bens.

A luta contra o imperialismo, o capitalismo e a soberania está profundamente enraizada no que aconteceu no Níger. Você pode falar sobre a luta popular no país hoje? Que papel desempenham as mulheres e as pessoas camponesas nessa luta pela soberania e pela paz?

A soberania do Níger está, de fato, profundamente enraizada em todos os cidadãos nigerinos, e essa luta continuará até a vitória final.

As mulheres estiveram na vanguarda de todas as lutas populares no Níger, de Kassai a Saraounia Mangou, passando pela histórica marcha de 13 de maio de 1992, quando as mulheres exigiram participar da conferência nacional soberana, até os acontecimentos de 26 de julho de 2023, quando as mulheres permaneceram dia e noite na Praça da Resistência. Foram as mulheres que forneceram comida e água fresca aos resistentes até que as tropas francesas partissem. As mulheres e as pessoas camponesas fizeram contribuições em dinheiro e em produtos para os fundos de solidariedade para a soberania do país.

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Triste dia para a classe trabalhadora.

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Eu menti, não tenho Netflix... Agora senta aí que vou te falar de algo chamado luta de classes.

@[email protected] #comunismo

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Fidel Castro viajou para os Estados Unidos para participar da Asembléia Geral da ONU. A delegação cubana, evidentemente não era bem vinda no país e durante sua visita à cidade de Nova Iorque, temiam por sua segurança.

A delegação cubana mudou-se para o Hotel Theresa, bairro prediminantemente preto, após ter sido forçada a sair do Shelburne Hotel, pela quantidade absurda de dinheiro que foi exigida e em meio a uma campanha racista e difamatória. O convite para essa hospedagem, partiu diretamente de Malcolm.

Fidel disse:

"Eu sempre me lembro quando me encontrei com Malcolm X no Hotel Theresa, porque foi ele quem nos apoiou e tornou possível para nós sermos acomodados lá.

Tínhamos duas opções e uma era o próprio pátio das Nações Unidas. Quando contei isso ao secretário-geral, ele ficou horrorizado com a idéia de uma delegação acampando em tendas ali; e então recebemos a oferta de Malcolm X. Ele conversou com um dos nossos camaradas e eu disse: "Esse é o lugar, o Hotel Theresa" E lá fomos nós."

Depois desse encontro, o governo cubano convidou Malcolm insistentemente para fazer uma visita ao país, mas essa visita nunca aconteceu. Mesmo o jornal Muhammad Speaks, fundado por Malcolm e vinculado a Nação do Islã, fosse um forte apoiador da revolução cubana, na época Elijah Muhammad, não se agradou da aproximação de Malcolm com Fidel Castro.

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O ataque recente do Irã à Israel não significa que a ditadura iraniana presta algum tipo de solidariedade aos palestinos. O fato de Lula dizer que ocorre um genocídio em Gaza, não significa que ele está efetivamente do lado dos palestinos e dos ditos direitos humanos. É preciso acabar com o sionismo e com o estado de Israel. Por uma Palestina livre, laica e não racista, do rio ao mar!

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aqui estão as duas imagens que eu fiz

peguei a ideia das estrelas nos estados de um post no reddit, inverti o mapa e coloquei a foice e martelo do PCB pra dar mais charme kkkkkk

se alguém quiser os arquivos brutos ou imagens de maior qualidade me chama aí!

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pensamentos de paz durante um massacre.

https://youtube.com/watch?v=ck2CVdvIfKs

@[email protected]

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Imagem de frimufilms no Freepik

Gente, boa noite, tudo certo? Eu tava pensando esses dias quais são as dinâmicas das criptomoedas numa sociedade socialista/comunista.

Elas, por padrão, não tem uma motivação necessariamente política, mas hoje em dia vemos que elas são usadas principalmente como investimento liberal, ou grupos relacionados.

Há algum texto que fale mais sobre esse tema? Eu acho que elas tem um grande potencial dentro de uma possível revolução, ainda mais entendendo como os atuais estados estão intrincados com as corporações burguesas. O que vocês acham?

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